- Ano: 2017
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Fotografias:Bruno Helbling
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Fabricantes: Agosti, Cupolux, Ernst Wieland, Fiechter + Fuchs, Gebert Möbelgestaltung, Heierli Partner Haustechnik, Huber Fenster AG, Kurtisi, MARTI Komfortlüftung & Bauspenglerei, Sky-Frame
Descrição enviada pela equipe de projeto. Esta é a reconstrução de uma casa multifamiliar com salas de oficinas no subterrâneo, na área de Seefeld em Zurique. A casa estava em uma área central e a partir das novas regulamentações o projeto foi desenvolvido em colaboração com a conservação dos monumentos.
O projeto é um diálogo contextual, uma vez que acasa possui mais de 170 anos. As massivas paredes históricas de pedra foram o ponto de partida para a aplicação da forma de morar contemporânea e sua tipologia: cinco apartamentos pequenos dentro da casa e quatro ateliês residenciais nas antigas oficinas.
Casa Z22
Os apartamentos estão na parte da casa construída tal qual uma townhouse construída há 170 anos. As paredes foram descascadas de suas camadas de reboco fazendo surgir o efeito cru das paredes de pedras naturais. É uma referência ao material, à construção e à obra em si, como foi feita. O aspecto social e arquitetônico, uma casa burguesa da época, está desempenhando um papel menor, mas ainda é a mesma casa que permanece a partir do exterior.
Em um espaço confinado, desenvolveu-se um espaço de fluxo livre junto às paredes de pedra naturais: uma nova tipologia de promenade architecturale em um espaço confinado onde os programas se desdobram ao longo do dia e dependendo da estrutura social, se comunicando com as paredes periféricas em pedra.
As estruturas da nova intervenção são revestidas com reboco comum, mas ainda guardam um aspecto rochoso. O mobiliário embutido é feito de concreto e madeira aparentes.
As esquadrias das aberturas foram montadas diretamente sobre as pedras naturais com peças sólidas de madeira com 20 cm de largura.
Arcos em pedra e topografia em concreto.
Nas área das oficinas foi criada uma topografia de concreto para contrapor aos grandes arcos em pedra natural - uma resposta contemporânea para um forte elemento histórico.
Os jardins compostos de paisagem de pedras assumem os programas que possuem forte tectônica onde a luz está no foco, preenchendo os espaços com uma força poética.
Neste projeto, o diálogo dos materiais crus e aparentes no contexto histórico consiste nas referências à obra, como e por quem foi feita - naquela época onde grandes blocos de pedra eram empilhados para as paredes - e no que hoje representa a topografia formada a partir do concreto armado.
É sobre o processo artesanal de realização das obras.
Todos os elementos aparecem no estado original ou foram reconstruídos com acabamento cru e aparente, como um tributo à materialidade, sem hierarquias, sem materiais inferiores. Contaminação e conotação sociais desaparecem e como resultado, os espaços se tornam livres e autênticos, assim como podem ser as pessoas.